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Lombroso e os delinquentes dos diagnósticos

O original em italiano  é mais bonito, mas para quem tem dificuldades o JSTOR disponibiliza, sem custos,  a versão em inglês. Não  é tanto a patofisionomia que me interessa, mas uma espécie de genética ( influência hereditária) que Lombroso utiliza. Um nasceu num castelo onde houve roubos, outro tinha uma mãe lunática, outro ainda teve um pai que sofreu uma concussão cerebral.
Do ponto de vista psicológico e psiquiátrico, tratava-se, como sabemos,  de justificar a acção política com uma raíz clínica. Muitos sorriem  ao ler Lombroso, outros talvez não.
Uma boa nota: 



 Isto é mato espinhoso, sei muito bem, por isso o rodapé vai com outra cor: o diagnóstico do terrorista implica a autoridade sobre a sua  estrutura mental. Quer-se dizer, conhecimento apurado de um território do qual nada sabemos até  ao momento em que ele é terrorista. Mal comparado, é como eu declarar deprimido  um tipo só quando  se suicida.
No caso dos anarquistas de Chicago, tem graça que o Cap. Schaack, que também molhou a sopa, foi mais tarde expulso da polícia ( corrupção e perjúrio ).

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