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Pequenas memórias

Entre Julho e Agosto de 1981, três jornalistas da RTP foram alvo da disciplina interna. Carlos Pinto Coelho e Rui Camacho foram à cadeia entrevistar Carlos  Antunes para o programa A Par e Passo; José Mensurado criticou o presidente  da estação, Proença de Carvalho. Os dois primeiros foram demitidos dos cargos que ocupavam, o terceiro foi despedido. Um pouco antes, em Maio, o ministro da Qualidade de Vida, Ferreira do Amaral, dizia que andava  a engolir elefantes vivos por causa da permanência de Proença de Carvalho à frente da RTP.
A 1de Julho do mesmo ano, a maioria  AD aprova, na AR, o  Estatuto dos Deputados que prevê um generoso aumento dos vencimentos. A 4, Eanes diz que  rejeitará  um aumento exagerado do vencimento proposto pelos parlamentares.  A 11, o Bispo de Bragança  critica o aumento dos vencimentos dos deputados.
Em Novembro  chega a Lisboa uma delegação do FMI .


* com a inestimável ajuda de  João Morais e Luís Violante ( 1986)

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After eight

Depois da excitação sasonal, o assunto da morte de mulheres vai voltar ao remanso. Quando publiquei o livro pude estender o lençol , mas o registo pseudo-literário evitou algumas notas. Agora posso pôr a colcha. Na minha actividade profissional encontro amiúde o início do processo. Mais: encontro até processos que não chegam a ser. Duas correntes: a necessidade assumida que muitas mulheres  têm hoje de uma vida amorosa plena e a estupidificação dos maridos/companheiros/namorados diante dessa necessidade. Se a esmagadora maioria da violência sobre  elas  tem a ver com ciúme  e posse, temos de examinar a evolução das relações amorosas. O João foca-se aqui na saudade dos velhos mecanismos da solidariedade mecânica, como Durkheim a definiu, mas eles morreram bem antes do surto actual. Falando simples: se elas amochassem como amochavam há 40 anos ( não é preciso ir à sociologia do século XIX), muitos destes crimes não ocorriam hoje. A posse, a ilusão de uma garantia sobre o co

Farsas

Os três filmes sobre a luta contra  o comunismo na Polónia são polacos. Ou seja, o assunto, um dos mais importantes da vida europeia do final do século  XX, nunca interessou às grandes companhias  de Hollywood nem aos produtores, intelectuais e artistas franceses ou ingleses.    Há coerência. Também são raríssimas as incursões da  Europa ilustrada e unida contra o populismo, o fascismo e as fakes news, no quotidiano  de metade dos (actuais) europeus  sob a pata das polícias secretas, da interdição de manifestações, da proibição de livros e do encarceramento por delito de opinião. É evidente que eleger o assunto como tema de atenção significaria mostar como funcionou, na prática, o comunismo. Nos detalhes da repressão e da pobreza e não no palavreado do progresso e  da liberdade. Também havia episódios burlescos. Na Polónia as pessoas festejam o aniversário e o dia  do seu santo.  Quando era a vez de Walesa, uma espectacular pantomina desenrolava-se  diante de sua casa. Uma a u