Os três filmes sobre a luta contra o comunismo na Polónia são polacos. Ou seja, o assunto, um dos mais importantes da vida europeia do final do século XX, nunca interessou às grandes companhias de Hollywood nem aos produtores, intelectuais e artistas franceses ou ingleses.
Há coerência. Também são raríssimas as incursões da Europa ilustrada e unida contra o populismo, o fascismo e as fakes news, no quotidiano de metade dos (actuais) europeus sob a pata das polícias secretas, da interdição de manifestações, da proibição de livros e do encarceramento por delito de opinião. É evidente que eleger o assunto como tema de atenção significaria mostar como funcionou, na prática, o comunismo. Nos detalhes da repressão e da pobreza e não no palavreado do progresso e da liberdade.
Também havia episódios burlescos. Na Polónia as pessoas festejam o aniversário e o dia do seu santo. Quando era a vez de Walesa, uma espectacular pantomina desenrolava-se diante de sua casa. Uma a uma, as pessoas aproximavam-se da soleira da porta com um copo e uma garrafa, faziam um brinde e bebiam em honra do aniversariante. A centopeia humana durava horas. A uns metros de distância, os homens nos carros da Militia ou da Zomo certificavam-se do cumprimento da lei: eram interditos ajuntamentos de mais de duas pessoas.
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