Havia vintistas cripto-cabralistas e vice-versa, cartistas com laivos de miguelistas, liberais de direita etc. Mais de um século depois, a seguir ao 25 Abril, havia fascistas só porque tinham cartazes do Solidarnosc do Walesa nas paredes do quarto. Enfim, a taxonomia do campo político serviu sempre o mesmo propósito: isolar o adversário. Por isso Lenine corria todos ( os adversários dentro do partido) a ferramentas do imperialismo e pequeno-burgueses.
Vem isto a propósito do incómodo. Vários colunistas, publicistas e adversários tentam isolar os novos movimentos ( à falta de melhor designação) de direita: extremistas da dita. isto desencadeou um choradinho nos dito movimentos, que se torceram em justificações e soluços abafados em lencinhos de renda.
Isto não promete nada de bom. Novos movimentos que à primeira pedrada se enfiam em casa a rezar augura muito pouco em sede de estofo de processo inovador. Faz parte do jogo o direito de nomear. Antes do 25 de Abril qualquer refilão era considerado comunista. Humberto Delgado, a sua candidatura, sofreu do ápodo por causa dos encontros com Arlindo Vicente, o candidato do PCP. Não se importou nada com isso.
Isto, por exemplo, não é possível se a tal direita não souber ler nem escrever, por exemplo, dizer-se liberal a andar a murmurar pelos cantos com o que duas mulheres assinam num notário. Sem dar por isso, os novos movimentos estão acantonados na baliza antes do jogo começar.
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